sábado, 18 de agosto de 2012

Changi de James Clavell



O livro foi escrito por James Clavell, sendo publicado em 1962, a época é a Segunda Guerra Mundial e conta a história vivida por prisioneiros de guerra em um campo de concentração japonês.O título original do livro é “King Rat”, Clavell usou sua experiência de guerra para escrever este inesquecível romance , isso explica por que a narrativa nos mostra uma vivência real da história, a riqueza na descrição de detalhes e o conhecimento demonstrado pelo autor a respeito da alma japonesa. 

Não é a toa que Clavell conquistou um grande público em todo o mundo.  "Os personagens criados genialmente pelo autor não serão esquecidos tão cedo; eles são capazes das maiores baixezas ou possuem as mais altas virtudes, alguns se sacrificando para poder manter contato pelo rádio com o exterior, enfrentando a proibição dos japoneses, enquanto outros sordidamente roubavam comida dos colegas e passavam informações às autoridades do campo." (Isabel Paquet de Araripe).
Sem dúvida, é um ótimo livro que nos prende a atenção, a cada página lida nos sentimos dentro da história, como se fossemos prisioneiros de Cingapura, local onde ficava o campo de concentração.

Em todos livros que leio gosto de citar alguns trechos, e escolhi o seguinte: "... Com prática... e coragem....a gente pode deixar-se entrar na dor, e então ela não fica forte, é apenas uma alteração, controlável." (Clavell, 1962), esse autor é brilhante, possui um talento que nos transporta a viver cada momento da história.
Os personagens de Changi nos parece tão reais, tão humanos, mas também, sem escrúpulos, sendo impossível não nos apaixonar por eles.

O personagem O "Rei", é um exemplo pela astúcia que ele possui, no campo de concentração apesar de o comercio ser proibido, ele sempre possuía roupas limpas, sempre come a melhor comida que os outros prisioneiros, sempre tem algum dinheiro. Se perguntasse a ele onde havia conseguido ele respondia "Ganhei no pôquer". Ele tinha muitas artimanhas para driblar os oficiais. Para o "Rei", o que vale é a lei do "mais forte". Em Changi aquele que consegue conviver com toda aquela situação é Rei. Como o título do livro sugere é o Rei entre os Ratos.

Adorei este fascinante livro, possui uma história muito rica, pois sabemos que foi uma experiência vivida pelo próprio autor, mas também, pela questão de sobrevivência, até onde vai os limites dos seres humanos ? E isso é um ponto forte dentro da história.

Muito emocionante a história ! Em Changi senti pena da situação dos prisioneiros, senti raiva, me fez rir, fiquei agoniada e me fez refletir sobre mim mesma, pois na trama os personagens passam por momentos desumanos, com a precariedade de sobrevivência e também a falta de higiene em que todos passam.
O final dessa história é assustadora, por que antes os prisioneiros tinham um jeito de viver, quando libertados terão que aprender a fazer parte do mundo em que viviam, e isso causa um grande medo nos personagens, é muito envolvente !!!





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